Da presença dos caboclos na arte de Arthur Scovino, spin performer ( http://spinperfomer.blogspot.com ), humano Ele usa, de forma recorrente, a palavra "caboclo" Em que sentido....
Vamos investigar
....caboclo seria mais uma designação para deriva ou sincronicidade (quando uma coincidencia, mais que apenas coincidir, de traz uma resposta ou se apresenta como sinal ou potencia ) ou sequência....cada um de nós, artista ou não, tem suas próprias derivas ou sequências ou caboclos ...
Mametu Nangetu refaz, em "Fundamento", o bosque por ela plantado desde 1988, bosque que foi ironicamente derrubado pela prefeitura de Belém quando da implantação da via ecológica na av. Duque de Caxias. Nangetu recria o marco da presença do terreiro na proximidade dessa esquina, e resiste às tentativas de apagamento de memória das tradições de matriz africana na cidade.
Kiua Nangetu! Poéticas visuais de resistência negra - é um projeto de vivências poéticas, intervenções midiáticas e outras intervenções urbanas com artistas do terreiro ”Mansu Nangetu" e artistas de outros terreiros convidados, com obras e poéticas oriundas do cotidiano das práticas tradicionais dessa comunidade de terreiro afro-amazônico e seus parceiros, para acontecer durante o mês de maio de 2015, mês de encerramento das comemorações dos 10 anos de criação do Instituto Nangetu.
O projeto Kiua Nanguetu! foi contemplado na 3ª edição do Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras, tem a parceria entre a Fundaçãpo Cultural Palmares e o Centro de Apoio ao Desenvolvimento Osvaldo dos Santos e Neves (Cadon), e patrocínio da Petrobrás que premiou 25 projetos de artistas, grupos e companhias que atendam à estética negra nos segmentos dança, artes visuais, teatro e música.
1 comentário
*Vocês estão prestes a ler um texto em compassos ternários, para ser sussurrado em semibreves a ouvidos delicados, ou declamado em fusas na praça pública a ouvidos delirantes
Se a filosofia significa literalmente amor à sabedoria, convém dizer: os filósofos também amam. Se muito ou pouco e de que forma, isto depende do filósofo, claro… Platão filosofou e amou, Nietzsche e Espinosa também, cada um ao seu modo. Deleuze e Guattari criaram o belíssimo conceito de Ritornelo, e isto nos permite conjugar o amor dentro da gramática da música.
Podemos considerar a série “Bichos” a melhor produção artística feita por Lygia Clark, mas para entendê-los é preciso conhecer os motivos de sua pesquisa visual e suas produções anteriores à série.
Criado já o grupo Neoconcreto no Rio de Janeiro, as pesquisas tomam como ponto de partida a geometria suprematista de Malevich (1879-1935), também utilizada pelo Concretistas de são paulo, porém com um cunho mais emocional. E 1959 Lygia começa a criar quadros onde sua intenção era ultrapassar os limites da superfície, por vezes até mesmo a moldura do quadro era pintado para fazer parte da obra. Levaram o nome de”Unidades”. Nessas obras a artista exercitava a criação da “linha orgânica”, uma linha virtual que surgia com a aproximação ou até mesmo a sobreposição de formas simples como um quadrado.
São Paulo, domingo, 15 de maio de 1994 (1). Deitada no chão, olhos vendados, alvoroço de corpos anônimos agitando-se em torno de mim, não sei o que pode vir a acontecer. Perda total de referências, apreensão, desassossego. Estou entregue. Pedaços de corpos sem imagem destacam-se, ganham autonomia e começam a agir sobre mim: bocas anônimas abrigam carretéis de máquina de costura, cujas linhas lambuzadas de saliva, são ruidosamente desenroladas por mãos igualmente anônimas, para depositá-las logo em seguida sobre meu corpo.
Coberta pouco a pouco dos pés à cabeça por um emaranhado de linhas, composição improvisada de bocas e mãos que me cercam, vou perdendo medo de diluir a imagem de meu corpo, me diluir: começo a ser este emaranhado-baba. O som dos carretéis girando nas bocas parou. As mãos agora se embrenham nesta espécie de molde úmido e quente que me envolve para retirá-lo até que nada mais reste. Meus olhos são desvendados. Volto para o mundo visível. No fluxo do emaranhado-baba, plasmou-se um novo corpo, um novo rosto, um novo eu.
Estou atordoada. O que é isto que me aconteceu?
Procuro pistas nos textos da própria Lygia, que sempre me soaram como os mais precisos para dizer o indizível de sua obra. Detenho-me especialmente no período em que Lygia cria a "obra" que me aconteceu, à qual deu o nome Baba Antropofágica (1973), que se inicia logo após seus famosos Bichos (1964): os últimos 24 anos de sua produção, quando torna-se (deliberadamente) inviável expor seus objetos em museus, galerias, salas ou salões. Que sentido teria expor carretéis, por exemplo, sem esta experiência que descrevi?
Sua obra, influenciado pela música, especialmente fugas de Bach, mas também as melodias assombrosas de Marin Marais é como resultado de variações em torno de uma questão central: como encontrar o seu lugar no espaço e uma forma de apaziguamento, de equilíbrio, no caos que nos rodeia? "Eu estou procurando o que os taoístas chamam de Wu-Wei e que nós impropriamente traduzimos como não-ação quando não é um estado passivo, mas sim o momento final quando reconciliamos o corpo e a mente, a gravidade e leveza ", analisa Yoann Bourgeois (...)"
Dizíamos que a história da má compreensão da filosofia confunde-se com a história dos mal-entendidos sobre o amor. No entanto, toda uma tradição clássica e medieval que pensara o amor como falta encontrará na modernidade ora sua reafirmação, ora os lampejos de seus primeiros desvios.
Em um texto sobreO amigo, Giorgio Agamben pergunta-se sobre o significado do sintagma “eu te amo”. O fato de que “eu te amo” não tenha recebido até hoje nenhuma definição satisfatória constituiria o indício de que a afirmação tem caráter performativo; isto é, seu significado coincidiria com o ato de seu proferimento.
DEVIR NUVEM – POR UM AMOR LEVE, por Rafael Trindade
Sombra, silêncio ou espuma.
Nuvem azul
Que arrefece.
Amor – Secos & Molhados
-por Vinicius Lopes e Rafael Trindade
Brincamos de descobrir as formas das nuvens… mas é exatamente isso: uma brincadeira. É uma realidade que inventamos, nos permitimos mergulhar neste hiato sem a promessa de partir e a desculpa para ter que voltar. Brincamos, porque há de se brincar. As nuvens não têm forma, não têm dever, elas têm devir. Nuvens não se deixam prender por barreiras, elas passam por cima das limitações. Isso angustia? Mas elas vivem tão bem, leves e livres. O vento sopra as transfigura e as leva, fechamos os olhos e vemos claramente. Vemos isso e queremos ser elas, ou pelo menos ter a sua companhia.